segunda-feira, 7 de março de 2016

O que leva os estudantes as ruas por todo o estado do Rio?

Foto: SEPE


Posso retratar apenas as minhas experiências e conhecimentos sobre o tema a ser abordado, logo, ponto de vista: o renascimento de uma luta envolvendo a educação e professores em que os estudantes participam do protagonismo.
Esse fato é muito particular especificamente aos moradores de todo o estado de São Paulo, especialmente quem acompanha a mídia alternativa ou pôde observar a ocupação as escolas estaduais de alguma forma naquele estado. Não é diferente a situação de quem é do estado de Goiás, partindo da mesma ideia de São Paulo, a ocupação. Também um ponto de reflexão para percebemos que a mídia tradicional precisa avançar mais no quesito de mostrar de forma mais abrangente o que acontece e os fenômenos que nascem e renascem, como a ocupação escolar nesses dois estados e neste momento a mobilização no estado do Rio. O Rio de Janeiro acompanha neste momento algo muito parecido. Não poderia esquecer de Manaus e de Roma, na questão de ocupação. Uma observação.. O que difere o estado do Rio dos demais mencionados aqui, seria a ocupação nos outros casos (São Paulo e Goias), diferente da questão fluminense, (manifestações e apoio a greve dos professores).
Já fui em manifestações dos profissionais da educação e sempre fui bombardeado de palavras afetivas ou por olhares, era um dos únicos ali naqueles atos como estudante... O apoio durante movimentos como o grevista não eram diferentes. Enquanto a maioria comemorava as "férias" por tempo indeterminado ou ficavam "putos" em ter que estudar nas férias, éramos a minoria que comemorávamos pela esperança de que algo pudesse modificar-se a partir daquela situação. Tirando escolas específicas e privilegiadas, percebia o enfraquecimento do Grêmio estudantil e acompanhava os estudantes aguerridos pelos livros e histórias contadas. Nem as manifestações de junho de 2013 mudaram tal situação.. Parece que o desânimo dos históricos estudantes aguerridos fazia com que os que vinham em seguida mantivessem aquele espírito, como que sem ânimo ou inspiração.
Falei aqui das manifestações de 2013 que embora não tenha levado os estudantes para uma luta imediatamente naquele ano, com certeza deixou o exemplo mais próximo e mais nosso, digamos assim, dessa geração hoje jovem, de que manifestar-se pode mudar algo. Como um estouro, do nada fico sabendo da ocupação as escolas em São Paulo e custo a crer que era real tudo que acontecia. Aos poucos fui tomando conta com vídeos e pela mídia independente, chegando até a mídia tradicional de maneira bem tímida. O exemplo foi seguido até este ano pelas escolas em Goiais, sendo tratado com truculência e sem diálogo, uma tática antiga dos governantes que dão certo sim, mas o fôlego e a energia custam a passar. Talvez seja isso. Um fôlego que passou. Uma esperança que acabou e agora retorna. Ambos os governos eram do PSDB, (São Paulo e Goiás). Não sei qual foi mais truculento entre os dois. Enfim. Tenho a certeza que são as maiores inspirações para os hoje estudantes da rede estadual do Rio de Janeiro. Não ocuparam escolas, mas estão nas ruas com os seus professores, nas ruas somente eles pela escola e direitos dos profissionais de ensino. A luta que era completamente dos professores, hoje recebe de novo os alunos, lutando pelos seus direitos, pelas suas escolas e por seus profissionais. Até paralisações são feitas. Lembro que eu conseguia fazer apenas na minha turma rs. Imagino minha ex-professora de química, Glória, como deve estar feliz em ter de volta os alunos conjuntamente com os professores.
A normalidade assola a humanidade, há quem diga que é da natureza humana. Me parece que desde o ano passado e excepcionalmente este ano no Rio, a naturalidade está sendo confrontada. Estudantes não aceitam mais o descaso e a realidade que enfrentam todos os dias, e tomam a consciência de que precisam ter aula nas ruas para modificar algo que costuma ser mudado apenas quando o governante quer, especialmente de quatro em quatro anos, ou até de oito em oito anos.. (Ano eleitoral). Dependendo do lugar, nunca.. Até porque ainda existem os coronéis, até mesmo nas grandes metrópoles. Sarney no Maranhão é um exemplo bem próximo.
Os próximos meses prometem ser difíceis para o governador. Talvez esteja em oração para que as energias dos e das estudantes tenham prazo para acabar. Enquanto isso as ruas são tomadas por secundaristas em todo o Estado. Não vemos só professores nos atos e a greve traz brilho nos olhos e nada de férias antes da hora, e sim a esperança dos estudantes em conjunto com os professores de que a chuva não caia mais nas escolas; tenham refeição diária; tenham salas refrigeradas; porteiros e pessoal da limpeza; estruturas dignas e professores bem pagos. Que os direitos sejam garantidos e praticados!

A opinião relatada é analisando os últimos anos, não levando em consideração os primeiros anos do século XXI e o final do século XX.

ATENÇÃO: ESTUDANTES, PODEM MANDAR SEUS VÍDEOS E FOTOS PARA O NOSSO TWITTER: @sgacontece .

Algumas vídeos e fotos das últimas manifestações e mobilizações:




Colégio Estadual Pandiá Calógeras, em Alcântara.
Vídeo: Paralisação dos Alunos dos colégios estaduais RJ 2016


Manifestação do Liceu Nilo Peçanha, centro de Niterói.
Vídeo: Luiz Filipe.



Foto: Paralisação dos alunos dos Colégios Estaduais 2016
                                                            SÃO GONÇALO -  Colégio Estadual Melchíades Picanço

Foto: Pedro Rebelo
SÃO GONÇALO - Walter Orlandine.





Foto: Página do Facebook: Escolas do RJ em luta!




Foto: Página no Facebook: Se a cidade fosse nossa
Atos dos servidores com a participação dos estudantes
Foto: Escolas do RJ em Luta
Estudantes de Queimados
Foto: Escolas do RJ em Luta
Estudantes de Nilópolis.
Foto: Escolas do RJ em Luta
Parque Beira Mar
Foto: Escolas do RJ em Luta.
Belford Roxo.

Foto: Escolas do RJ em Luta.
Estudantes de Magé.

Foto: Escolas do RJ em Luta.
Estudantes de Macaé.
Caseiro e gostoso
Peça já o seu ovo de páscoa!





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